Agora, quando te não vejo todos os dias como já ia sendo hábito, parece que algo de mim se foi com o vento e embrulhou-se na chuva, deixando-me sozinha. Tenho a sensação que o meu coração congela esperando que o aqueças e lhe dês conforto. As árvores perdem as folhas todas e choram como se não mais pudessem voltar a estar bem carregadas de folhas verdes. É assim que me sinto quando estou um dia sem ti. Perdida, arruinada, sem rumo, triste, inconsulável...
Sempre que estou a sair da universidade, consola-me o facto de saber que estarás de braços abertos à minha espera no Cais do Sodré ou num outro sitío qualquer. Mas agora o tempo está contra nós, contra os teus abraços fortes.
Quero estar contigo a toda a hora, beijar-te a toda a hora, estar a toda a hora nos teus braços, ver os teus olhos brilhantes a toda a hora, ver renascer o teu sorriso a todos os minutos de todas as horas, cozinhar para ti a toda a hora, fazer-te feliz a cada minuto de cada hora!
Quero-te aqui, agora e comigo!
Quero sentar-me no sofá, encostar-me a ti, aconchegar-te bem melhor com um cobertor e ouvir a chuva a bater no vidro da janela da sala. Quero encostar-me a ti no cinema e adormecer com o teu toque suave na minha pele.
Vem. Estejas onde estiveres, estejas com quem estiveres, faças o que fizeres, oiças o que ouvires, vejas o que vires... Mas vem.
Sempre que eu chamar por ti.
Vem, meu amor. Vem que o meu coração explode de saudades eternas.
Voa para os meus braços, anjo.